Associação Brasileira de Batata In Natura

O papel vital da CEASA na distribuição nacional

Imagem retratando a CEAGESP, a CEASA do estado de São Paulo.

A batata é um dos pilares da agricultura brasileira. Com uma produção que ronda os 4 milhões de toneladas anuais, distribuídas em três safras ao longo do ano – garantindo o abastecimento contínuo –, o sucesso da cadeia não se resume apenas ao campo. Para que este tubérculo nutritivo chegue fresco e acessível à mesa de milhões de brasileiros, é necessária uma logística complexa e eficiente. No centro desse sistema pulsante estão as CEASAs (Centrais Estaduais de Abastecimento).

CEASA: O Coração Atacadista do Hortifrúti Brasileiro

As Centrais de Abastecimento, conhecidas popularmente como CEASAs, funcionam como os principais hubs logísticos e pontos de encontro entre produtores e atacadistas. Elas são responsáveis por concentrar o volume de batatas provenientes das diversas regiões produtoras – de Minas Gerais, Paraná e São Paulo até as novas fronteiras como a Bahia – e organizam sua redistribuição para o comércio varejista, indústrias e serviços de alimentação.

A relevância é monumental. A cadeia da batata, que sustenta mais de um milhão de pessoas direta e indiretamente, depende da eficiência dessas centrais para manter o fluxo de mercadorias.

O Gigante de São Paulo: O Volume da Batata na CEAGESP

Nenhuma central exemplifica melhor este papel do que a CEAGESP, em São Paulo, considerada a maior central de abastecimento da América do Sul. A batata está entre os três produtos de maior volume negociado no local, movimentando anualmente cerca de 250 mil toneladas.

A batata que chega à CEASA é, em grande parte, transportada por caminhões em longas distâncias – um desafio logístico em um país de dimensões continentais. Dentro da central, distribuidores e atacadistas atuam como a “coluna vertebral” da cadeia:

  1. Concentração: Recebem grandes volumes de produtores e cooperativas.
  2. Padronização: Realizam a seleção, limpeza e classificação das batatas por tamanho e variedade (asterix, ágata, monalisa, etc.).
  3. Distribuição: Organizam a entrega capilarizada para feiras livres, sacolões e, principalmente, grandes redes de supermercados.

A CEASA na Mitigação dos Desafios Logísticos

O sistema de distribuição da batata in natura enfrenta desafios consideráveis, como o alto custo do frete, a precariedade da infraestrutura rodoviária e, sobretudo, a perecibilidade do produto. A batata não possui uma vida de prateleira longa, o que exige um escoamento rápido e coordenado.

Neste cenário, a CEASA se torna um elemento crucial para a mitigação de riscos:

  • Sincronia de Oferta e Demanda: Ao concentrar um grande volume de diferentes origens, a central garante que a oferta atenda à demanda diária do varejo, evitando grandes faltas ou excessos.
  • Profissionalização: O ambiente da CEASA incentiva o atacadista a investir em melhorias logísticas, como o uso de caixas plásticas e frotas adequadas, minimizando perdas e desperdícios que podem ser significativos após a colheita.
  • Formação de Preço: Embora a volatilidade do mercado seja inerente ao produto, o volume negociado diariamente nas CEASAs serve como principal balizador para a formação de preços em todo o país.

Perspectivas Futuras da Distribuição da Batata no Brasil

A tendência atual mostra uma movimentação do varejo em busca de contratos diretos com cooperativas e produtores, visando maior padronização e redução de custos. Contudo, para o produtor menor e para o mercado spot, a CEASA continuará sendo, por muito tempo, a porta de entrada e o principal ponto de negociação.

O futuro da distribuição de batata no Brasil passa, inevitavelmente, pela otimização da logística e por um maior planejamento da cadeia. As CEASAs são o palco onde produtores e distribuidores devem fortalecer parcerias e inovar em processos, garantindo que a batata brasileira continue a ser sinônimo de qualidade, frescor e abundância na mesa do consumidor.