O ano agrícola de 2025 será lembrado na história da bataticultura brasileira como um marco de extremos. Segundo o “Especial Batata 2025” da Revista Hortifruti Brasil, conduzido pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP), o mercado enfrentou um cenário paradoxal de forte pressão de baixa nos preços, mas foi salvo por uma inédita alta de produtividade no campo.
O paradoxo de 2025: preços mínimos e produção máxima
A análise do Cepea revelou uma dinâmica de mercado nunca antes vista em décadas:
- Preços Deprimidos: O ano registrou um dos menores preços para a saca de batata das últimas duas décadas. Esse cenário de valores aquém do esperado pressionou drasticamente as margens de lucro dos produtores em todo o país.
- Produtividade da Batata em 2025, em Níveis Históricos: Em contraponto, a safra 2025 alcançou patamares de produtividade que figuram entre os mais altos da história. A adoção de tecnologia, o aprimoramento genético das cultivares e, em algumas regiões, o clima favorável na fase de tuberização resultaram em colheitas volumosas e eficientes.
O Cepea enfatiza que a alta produtividade da batata em 2025 não foi apenas um dado estatístico; ela foi a principal ferramenta de mitigação de prejuízos. Apesar da receita por saca ter sido baixa, a eficiência na lavoura, notadamente em polos produtores como Vargem Grande do Sul (SP) e o Sul de Minas Gerais, possibilitou uma drástica redução no custo unitário (custo por saca). Para a maioria dos produtores, o volume recorde por hectare foi o único fator que impediu que a desvalorização do produto no mercado resultasse em um colapso financeiro generalizado.
O fator crítico: o ponto de equilíbrio
O estudo do Cepea forneceu um número fundamental que serve como bússola para o planejamento de futuras safras: o ponto de equilíbrio da batata em 2025. A pesquisa indicou que apenas os produtores que conseguiram extrair uma produtividade média de 1.783 sacas por hectare foram capazes de cobrir o custo total de produção (incluindo despesas operacionais, fixas e depreciação). Este número elevadíssimo sublinha que a produtividade da batata em 2025 é hoje uma condição de sobrevivência para o produtor brasileiro.
Cenário Macro e logístico: desafios e alívio fiscal no horizonte
Apesar da produtividade da batata em 2025 ter sido o fator de maior impacto econômico no campo, o setor também foi influenciado por importantes movimentos no cenário macroeconômico e logístico, que moldarão as próximas safras.
Um dos desenvolvimentos mais significativos para o futuro da cadeia é a Política Tributária. Com a entrada em vigor da nova Lei Complementar 214/2025, que institui o Imposto sobre Valor Agregado (IVA) dual, projeta-se uma significativa redução de até 60% na carga tributária incidente sobre as atividades do setor agropecuário. Essa medida, que implementa o IBS e a CBS, tem o potencial de aliviar drasticamente os custos indiretos e aumentar a competitividade do produtor brasileiro a partir dos próximos ciclos.
No entanto, o custo logístico continua sendo um desafio operacional. O transporte rodoviário, vital para a distribuição da batata in natura, segue sob pressão devido ao preço dos combustíveis. Em outubro, o preço médio do diesel comum registrou uma alta de 0,32%, atingindo R$ 6,19, o que mantém o custo do frete elevado e exige atenção constante na gestão da distribuição.
Por fim, no Mercado Varejista, a influência da superoferta de batata foi claramente sentida. Embora dados de Curitiba tenham apontado uma alta pontual de 8,33% no preço da batata-inglesa em outubro, a análise do acumulado dos 12 meses anteriores revela uma queda expressiva de –17,18% no preço final do produto para o consumidor. Esse recuo acentuado no varejo é a confirmação de que a alta produtividade da batata em 2025 gerou um excedente que, em grande parte, foi repassado ao longo da cadeia, beneficiando indiretamente o consumidor, mas pressionando a receita do produtor.
Em suma, 2025 consolidou a alta produtividade como a principal meta operacional do setor. Enquanto a Reforma Tributária sinaliza um alívio fiscal futuro, a manutenção de altos custos logísticos e as oscilações do mercado varejista exigem que o planejamento e a eficiência continuem sendo o foco central de todos os elos da bataticultura e do Cenário Macro nacional.
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